sábado, 17 de setembro de 2011

Marcelo Costa: Grupo Nativo de Teatro


marcelonativo@ig.com.br

PROJETO ATENAS DO NOROESTE FLUMINENSE

www.projetoatenas.com.br

AVALIAÇÕES 17 DE SETEMBRO DE 2011

http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=11799
Educação superior e mobilidade social
Tese de doutor da PUC-SP fala da importância do ensino privado para o resgate de uma melhor qualidade de vida da sociedade brasileira
 
Houve, ao longo do século XX, dois momentos em que o Brasil expôs claramente a ocorrência do fenômeno da mobilidade social ascendente. O primeiro se deu nas décadas de 30 e 40, sob Getúlio Vargas, quando da ocorrência da industrialização de base do país. Já o segundo ocorreu na década de 70, especificamente sob Emílio G. Médici, com o advento do que ficou conhecido como "milagre econômico".

Ambos os movimentos, bastante vigorosos e explícitos no tecido social, refletiram basicamente transformações estruturais da macroeconomia e das relações de trabalho. A industrialização, no primeiro momento, e a forte presença do Estado como investidor, no segundo, modificaram o perfil da massa populacional produtiva, fazendo com que houvesse, em decorrência, movimentos semelhantes a ondas coletivas de mobilidade estrutural ascendente.

A década de 80, por sua vez, caracterizou-se pela estagnação econômica e pela piora de praticamente todos os índices socioeconômicos. A de 90, muito embora tenha sido pródiga na reversão das tendências descendentes dos indicadores e na melhoria de muitos índices importantes (escolaridade, saneamento básico, mortalidade infantil, estabilização econômica etc.), não demonstrou, até em função de uma tendência mundial, o mesmo vigor nos quesitos desenvolvimento e redução das desigualdades.

Tem-se, dessa forma, que nos últimos 25 anos a sociedade brasileira não mais tem exibido índices importantes de mobilidade social, mesmo que, no mesmo período, as taxas de escolarização só tenham melhorado. Esse aparente paradoxo, se não analisado com propriedade, pode resultar nos mais variados equívocos, tanto de diagnóstico quanto de direcionamento de políticas públicas de educação. Ora, se educação gera desenvolvimento e este, por sua vez, gera melhoria nas condições de vida da população, por que não houve uma explosão dos índices de mobilidade ascendente paralelamente à melhoria das taxas de educação da população?

Um recente estudo sobre esse tema, na forma de tese de doutorado em Ciências Sociais, foi concluído na PUC-SP no mês de junho deste ano. Dentre outros assuntos abordados, o trabalho do pesquisador e doutor Fábio Ferreira Figueiredo analisou as diferentes formas de mobilidade, os fatores desencadeadores, a importância da educação, principalmente a superior, bem como a percepção subjetiva de mobilidade social sob o ponto de vista dos egressos da educação superior particular. A tese também trouxe subsídios relativos à comprovação da qualidade da rede privada de educação e sugestões propositivas de políticas educacionais.

De referido trabalho podem-se expor, resumidamente e dentre outras, as seguintes conclusões;

Sociedade do conhecimento: o conhecimento foi e continua sendo ativo econômico cada vez mais importante. Sociedades não avançam sem que existam bases sólidas de educação;

Educação formal: a escolarização é condição para a formação do conhecimento como ativo. Cada nível de educação tem a sua importância específica, sendo a superior particularmente importante sob o ponto de vista do desenvolvimento tecnológico e na formação das elites dirigentes;

Educação superior e mobilidade social: embora o Brasil, na década de 90, tenha erradicado o analfabetismo infantil, universalizado a educação fundamental, elevado significativamente as taxas de escolarização média e superior, não foi possível constatar índices significativos de mobilidade social ascendente. A explicação é que as taxas de mobilidade registradas nas décadas de 30, 40 e 70 eram decorrentes de transformações estruturais (industrialização e urbanização), o que ocasionava índices coletivos de grandes proporções e significância. É possível dizer que o Brasil, hoje, se mantém na condição de país onde existe mobilidade social. Evidentemente os índices não são os mesmos dos outros períodos mencionados (as condições estruturais são outras), mas ainda são importantes. Registre-se, a favor da escolarização, que os índices de desemprego diminuem na medida em que se avança no nível de formação do trabalhador e que cada ano de estudo resulta em aumento do seu salário médio;

Qualidade da rede privada: dados comparativos do Exame Nacional de Cursos - Provão - 2003, entre as redes pública e privada de educação superior, demonstram cabalmente a maior satisfação dos egressos desta em relação àquela. As escolas privadas têm melhor infra-estrutura, corpo docente mais engajado e atualizado, bibliotecas e laboratórios mais bem equipados, melhores projetos pedagógicos, melhores serviços de um modo geral, e pesquisa e extensão aplicadas à graduação, consideradas equivalentes às da rede pública. Ou seja, ao contrário do que a forma de divulgação dos resultados do Provão pretendeu demonstrar, a qualidade da graduação da rede privada de educação superior é, de um modo geral, bastante melhor que a da rede pública;
Mobilidade e cidadania: o estudo qualitativo, realizado junto a 60 egressos da educação superior da região metropolitana de São Paulo cujos pais não possuem esse nível de escolaridade, apontou uma clara evolução nas condições gerais de vida dos entrevistados. Não só relacionada à evolução profissional e/ou econômica, a ascensão social dos egressos é flagrante e extremamente perceptível por eles próprios.Os entrevistados, de um modo geral, reconhecem no nível superior de educação a causa de suas evoluções como cidadãos, no sentido de que adquirem consciência crítica e aprimoram sua capacidade de participação social;

Área profissional: embora ponto específico da pesquisa, não foi registrada maior ou menor satisfação profissional do egresso em função deste atuar ou não na sua área de formação superior;

Percepção de qualidade da rede pública: os participantes do estudo "percebem" as IES públicas como de melhor qualidade em relação às particulares, todavia essa percepção se dá quase exclusivamente em função de imagem e marca das instituições públicas, sendo raros os casos em que são apontados requisitos objetivos de superioridade. Uma parcela dos egressos aponta uma provável reversão dessa percepção de mercado em função da velocidade do avanço dos indicadores acadêmicos da rede privada.

Esses são apenas alguns pontos da tese trazidos a este artigo, justamente com o intuito de estimular o debate sobre as políticas públicas para a educação no país. É premissa para este debate, no entanto, o fato de a rede privada de educação superior responder por mais de 70% das matrículas do país, sem com isso comprometer o orçamento público, o qual deveria ser direcionado, prioritariamente, para a educação básica. Qualquer movimento em outro sentido é um retrocesso e uma demonstração de absoluto desapego à realidade mundial contemporânea. É também premissa o fato de a educação superior privada ser de boa qualidade, o que deve afastar, de plano, diagnósticos e soluções que passam pelo argumento contrário, este freqüentemente eivado de preconceitos e/ou ideologias que hoje não mais têm lugar fora dos livros de história.

Para saber mais consulte Educação Superior e Mobilidade Social - Limites, Possibilidades e Conquistas, de Fábio Ferreira Figueiredo, PUC-SP. Hermes Figueiredo é presidente do Semesp







sexta-feira, 16 de setembro de 2011

TRABALHO EM EQUIPE, PERSISTÊNCIA, ESTUDO E COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO DE QUALIDADE EM NATIVIDADE

 


 Estarão abertas a partir do dia 16 a 21 de setembro de 2011 as inscrições para o pedido de isenção da taxa de inscrição e a Pré-Inscrição no Sistema de Cotas do Concurso Vestibular 2012/1 do 
Consórcio CEDERJ. 

Cursos de Graduação

O Consórcio Cederj é uma parceria com a as seguintes universidades:
marcasuniver
Atualmente, as graduações a distância oferecidas por essas universidades, por intermédio do Consórcio Cederj, são:


PANORÂMICAS DO POLO CEDERJ/UAB DE NATIVIDADE



LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA: RODOVIÁRIA, POUSADAS, FÓRUM, MINISTÉRIO PÚBLICO

TUTORES PREPARADOS

ALUNOS INTERESSADOS E DINÂMICOS

OFICINA DE TEATRO COM OS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA/UNIRIO





 A TUTORA MARIA DAS GRAÇAS E.M.M. PINHO APLICOU UMA OFICINA DE TEATRO COM OS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA NO POLO DE NATIVIDADE, COM A DINAMIZAÇÃO DOS ATORES NATIVIDADENSES:

MARCELO COSTA, COORDENADOR DO "PROJETO ATENAS",
LEANDRO MOURA, OFICINEIRO.

GRUPO NATIVO DE TEATRO, PROPONENTE DO PONTO DE CULTURA PROJETO ATENAS DO NOROESTE FLUMINENSE, UM PROJETO DE INCLUSÃO SOCIAL E CULTURAL COM MAIS DE 100 (CEM) ALUNOS, QUE REALIZA QUATRO OFICINAS TEATRAIS.

www.projetoatenas.com.br
marcelonativo@ig.com.br









Todos puderam exercitar dinâmicas e exercícios voltados para a encenação teatral.

Fotos: Professor Maxileandro França Lima, diretor do Polo

VESTIBULAR CEDERJ/UAB 2012.1

OFICINA DE TEATRO COM OS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA/UNIRIO


INFORMAÇÕES VESTIBULAR CEDERJ/UAB 2012.1

NATIVIDADE TEM ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA SEMIPRESENCIAL DE QUALIDADE:
“Pedagogia e Matemática”
Com o apoio da Sociedade, da Prefeitura, das IES, dos Alunos e Professores podemos crescer e trazer novos cursos para nosso Município, pois somos um povo com tradições culturais, religiosas e ecológicas que se destacam no Noroeste Fluminense. Só ter Pedagogia e Matemática não basta, é preciso História, Turismo, Administração Pública, e outros mais. Para crescermos temos que divulgar e valorizar esta instituição nas esferas socioeducacionais e políticas
Consórcio Cederj:
www.cederj.edu.br
PÓLO CEDERJ/UAB DE NATIVIDADE








TEMOS TAMBÉM PRÉ-VESTIBULAR SOCIAL CEDERJ 
NO CE Flávio Ribeiro de Rezende

TEMOS QUE LUTAR PARA PERPETUAR ESTA IMPORTANTE CONQUISTA NA SOSSA CIDADE
Estarão abertas, de 16 a 21 de setembro de 2011, as inscrições para o pedido de isenção de pagamento da taxa de inscrição e a pré-inscrição no sistema de cotas para o Vestibular 2012/1 do Consórcio CEDERJ.

As instituições de ensino público vinculadas ao consórcio são: a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e o Centro Federal de Educação Tecnólogica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), sendo este recentemente integrado ao consórcio.
Os cursos de graduação a distância oferecidos pelos polos regionais do Cederj são os de Administração, Administração Pública, Licenciatura em Ciências Biológicas, Licenciatura em Física, Licenciatura em História, Licenciatura em Letras, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Pedagogia, Licenciatura em Química, Licenciatura em Turismo, Tecnologia em Sistemas de Computação e Tecnologia em Turismo.
A pré-inscrição no sistema de cotas será apenas para os cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas (UERJ e UENF), Licenciatura em Pedagogia (UERJ) e Licenciatura em Química (UENF). Todos os cursos terão início no primeiro período letivo de 2012, na modalidade de Educação a Distância, em regime semipresencial.


DOCUMENTAÇÂO NECESSÁRIA PARA O PEDIDO DE ISENÇÃO DO PAGAMENTO
DA TAXA DE INSCRIÇÃO E PRÉ-INSCRIÇÃO NO SISTEMA DE COTAS


PARA SOLICITAÇÃO DE ISENÇÃO DE PAGAMENTO DA TAXA DE INSCRIÇÃO
Todos os documentos entregues pelos candidatos deverão ser em FOTOCÓPIA, pois não serão
devolvidos e terão como finalidade comprovar as informações fornecidas no requerimento de Isenção
e da Pré-inscrição no sistema de cotas.
• Documentos do requerente:
a) Fotocópia do documento de identificação.
b) Fotocópia do CPF – Cadastro de Pessoa Física.
c) Fotocópia do Certificado ou Histórico Escolar ou original da declaração de conclusão do Ensino
Médio ou da declaração que assegure a conclusão da última série do Ensino Médio até dezembro
de 2011.
O Pré-Vestibular Social (PVS) é um curso preparatório para as provas de acesso às universidades, uma iniciativa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, através de sua Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Fundação CECIERJ.

O PVS é dirigido a interessados que já concluíram ou estão frequentando o último ano do Ensino Médio ou equivalente e que desejam realizar as provas de acesso às universidades, mas que não têm condições de arcar com os custos dos cursos preparatórios particulares.

O PVS é totalmente gratuito, inclusive o material didático.
POLO DE NATIVIDADE: (22)38414080
polonatividade@gmail.com
www.flogao.com.br/polocederjuabnat
polocederjuabnat.blogspot.com

EDUCAÇÃO NA FINLÂNDIA

Finlândia é nota dez em educação Como o país produziu o sistema mais eficiente do mundo. Por Carmen Morán, Enviada especial a Helsinque, para o EL PAÍS. Em 23 de dezembro, 2004
Às 8 da manhã Marku Keijonen entra na escola. Ele tem 42 anos e é o diretor do colégio Porolahden Perus, em Helsinque. A primeira atividade do dia é ligar o computador. "Não é uma coisa superficial: ao abrir meu correio encontro as cartas dos pais de alunos, que tenho de responder." As famílias estão em contato permanente com o colégio, e é aos pais que o diretor tem de prestar contas de seu trabalho, em primeiro lugar.
Finlândia. Neste país de noites brancas e sombras eternas, conforme a estação (agora anoitece às 4 da tarde), as estatísticas sorriem. O Fórum Econômico Mundial diz que tem a economia mais competitiva do mundo; é o país da Europa dos 15 com maior difusão de periódicos por habitante (430 por mil); taxa de fecundidade notável, 1,7 filho por mulher (a média européia é 1,4). Mas talvez sejam os resultados escolares de seus estudantes o que causou mais alegrias nos últimos tempos. O relatório PISA 2003, que mede o rendimento educacional dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado há algumas semanas, novamente situa a Finlândia como país exemplar: é o primeiro colocado em matemática, em compreensão da escrita e em cultura científica (junto com o Japão).
Os professores não sabem muito bem o motivo desses dados. Investem-se 5,8% do PIB em educação, mas outros países também o fazem; seu clima adverso deixa as crianças em casa, em contato com os livros, mas na Islândia ou na Dinamarca também não faz calor; suas classes têm os níveis de imigração mais baixos da OCDE. Mas todas essas coisas não explicam por si sós o êxito repetido. Os professores, e a própria ministra da Educação, Tuula Haatainen, o atribuem em grande medida à sólida formação dos docentes e a um quadro educacional muito claro. "Temos um sistema uniforme, obrigatório e gratuito que garante a eqüidade e o acesso para todos; o corpo docente é altamente qualificado e as mães, incorporadas ao sistema de trabalho, são as primeiras a motivar seus filhos a estudar", resume a ministra.
O sistema educacional finlandês é público e gratuito desde a infância até o doutorado na universidade. Além disso, é obrigatório dos 7 aos 16 anos. Nessa etapa todos estudam a mesma coisa e o governo pretende que o façam no mesmo edifício, ou o mais perto possível, para garantir um acompanhamento continuado do aluno.
O Estado define 75% de disciplinas comuns e o resto é organizado pelo colégio, com a participação ativa de estudantes e famílias. Há ampla liberdade para projetar o dia-a-dia escolar, portanto não é fácil falar do sistema de maneira geral. Mas há alguns aspectos comuns. A formação dos professores é um deles. Todos têm de ter cinco anos de formação, um terço da qual será de conteúdo pedagógico. "Não basta saber matemática", dizem. E a maioria, como lembra a ministra, tem um ano a mais de estudos, um mestrado.
Os professores acreditam que o salário poderia ser um pouco maior que os cerca de 2.300 euros (R$ 8.300) brutos por mês; mas estão contentes com as 13 longas semanas de férias por ano (os espanhóis têm mais de 16). A jornada semanal é de 37 horas, mas nem todas são de ensino em classe. Quando perguntados, não duvidam: são professores por vocação e estão motivados. Talvez porque têm valorização social e prestígio entre seus compatriotas. "Em geral contamos com a confiança dos pais, embora isso esteja decaindo", diz Tuula Tapaninen, orientadora do colégio Porolahden Perus.
Do outro lado de Helsinque, a diretora do colégio Alppila, Aulikki Kalalahti, indica outro dado que explica a motivação dos professores: "Eles têm liberdade para trabalhar com os alunos e vêem que conseguem êxito com eles".
Relação fluida
Os professores trabalham lado a lado com as famílias, com as quais mantêm uma relação fluida. Em janeiro o colégio Alpilla organiza jornadas de apresentação, das quais participam os pais, para conhecer seu método de trabalho. Se gostarem poderão optar livremente por matricular seus filhos ali. Os pais podem escolher a escola, mas costumam preferir a mais próxima. O Alpilla mantém com a escola primária que lhe corresponde pela proximidade uma estreita sintonia, que favorece o acompanhamento dos alunos até o final da etapa obrigatória.
Cinqüenta por cento dos alunos que se matriculam dos 13 aos 16 anos vêm dessa escola, mas a outra metade procede de qualquer parte de Helsinque. O colégio ganhou fama em comunicação e expressão. É um exemplo de um fenômeno recente na educação local: a especialização de alguns colégios em música, matemática, esportes... Quando um aluno se destaca em alguma dessas disciplinas, os pais tentam matriculá-los nesses colégios, embora alguns imponham um teste para avaliar as habilidades do aspirante. Se houver lugar, está dentro.
A oferta e a demanda se distribuem por enquanto razoavelmente entre todos os colégios de Helsinque, embora a prefeitura tenha eliminado (salvo exceções) os vales-transporte para as crianças que se transferem por vontade própria para escolas distantes de suas casas.
Quando as famílias vierem conhecer o Alpilla, a diretora lhes explicará que receberam um prêmio por cumprir fielmente o programa: os professores se propuseram a trabalhar em equipe, bem coordenados, e o conseguiram. O governo lhes deu um cheque de 28 mil euros. Foram à Hungria nas férias e fizeram uma boa ceia de Natal no ano passado.
Quando as coisas pioram, os profissionais do colégio dão apoio acadêmico e social aos alunos. O número de estudantes por classe beira os 20, mas se houver problemas acadêmicos são separados em grupos de dez e colocados em dia. E se for preciso repetir o ano? "Será nos primeiros anos do primário, o quanto antes", diz a diretora.
Esse é o principal desafio salientado pelos professores: poder levar todos os alunos adiante, venham de onde vierem. Por isso, quando localizam um problema põem em ação seus muitos mecanismos de prevenção.
Se a coisa se complica, o governo (local ou nacional) contribui novamente com dinheiro. O colégio está encravado num bairro com problemas sociais e recebe mais verbas que outros. "No ano passado tivemos um problema e a prefeitura deu Helsinque nos concedeu 18 mil euros prontamente." Com essa verba a diretora contratou um professor avulso que ajudou os atrasados a fazer as lições, entre outras coisas.
Na Finlândia os centros escolares têm boas instalações e equipamentos, mas também se percebe certa austeridade. Uma simples cartolina com papéis pregados serve à diretora do Alpilla para deixar claros os propósitos educativos do curso. E eles são cumpridos.
Os alunos também respondem. Fazem seus deveres, que não são poucos, e não se queixam. Mas não são adolescentes de comportamento angelical. São como todos, e entre eles começa a surgir o desânimo, como salienta o diretor do centro Porolahden Perus. O álcool é uma das grandes preocupações nesse país. E o desemprego já atinge 9%. Por enquanto cerca de 60% dos alunos cursa a universidade, e os demais se matriculam em formação profissional. É difícil encontrar alguém que fique sem um diploma.
Os finlandeses têm um sistema educacional livre que roda com fluidez, bons professores, famílias que participam e dinheiro para enfrentar as dificuldades. E uma vontade férrea de cumprir o dever. Oitenta e cinco por cento dos finlandeses são luteranos (pouco praticantes). Poderia o espírito de Lutero ("Sempre pecador, sempre justo e sempre penitente") incutir esse tipo de responsabilidade pessoal no caráter de professores e alunos? "É possível", diz com seriedade o diretor do instituto Porolahden Perus. "É a responsabilidade de que é preciso cumprir. Mas isso tem seu lado ruim: os professores às vezes exigem tanto de si mesmos que chegam a adoecer." 
 
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Visite o site do El País: www.elpais.es

http://www.consciencia.net/2004/mes/17/edu-finlandia.html